terça-feira, 30 de setembro de 2008


O sentido mitológico da Primavera
12/09/2008 - 17h26

Primavera é estação climática que antecede ao verão, ao qual segue-se o outono e inverno. No Hemisfério Sul, ela começa no dia 22 de setembro e vai até 21 de dezembro. A primavera, também, é considerada a estação das flores, e as flores podem (nem todas) se apresentar como hermafroditas, assim, a associação deste mito à primavera justifica-se.

Na mitologia grega, a primavera está associada à uma ninfa (Salmácis), uma espécie de "anjo da guarda" ou "orixá" que protege alguma planta, animal, pessoa ou lugar. Salmácis, de tal maneira se apaixonou por Hermafrodito que acabou se fundindo com ele num único corpo.

As ninfas na mitologia greco-romana,eram divindades dos rios, dos bosques e florestas e dos campos. Do grego vem a grafia nWmphe (noiva), e do latim, nympha.

Mitologia




Hermaphróditos (da mitologia grega e Hermaphroditus, do latim), filho de Hermes e Afrodite. Hermafrodita, é a designação para um vegetal ou animal que possui os dois sexos num único corpo.

Ilustração representando Hermafrodito e Salmacis


Hermafrodito foi levado por ninfas para uma montanha sagrada em Phrygia. Com 15 anos de idade, entediado, saiu do seu entorno e percorreu as cidades de Lycia e Caria. Foi na mata de Caria que ele encontrou o Salmacis Náiade em sua piscina. Ela tentou seduzi-lo, mas é rejeitada.

Hermafrodito, ao entrar nas águas encontra a piscina vazia. Salmacis salta por detrás de uma árvore para a piscina. Ela envolve-se em torno do garoto, e beija-lhe a força, tocando seu peito.

Enquanto lutam, ela chama a atenção dos deuses para lhe ajudar. Seu desejo é concedido, e seus corpos, em uma mistura, passam a ser um só.Hermafrodito, na sua dor, faz a sua própria oração, amaldiçoando a piscina, de forma que qualquer outro que se banhar ali será transformado também.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Caos

Caos, em gregos Kháos, do verbo khaíein, abrir-se, entreabrir-se, significa abismo insondável. Ovídio chamou-o rudis indigestaque moles, massa informe e confusa. Consoante Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, o Caos é “a personificação do vazio primordial, anterior à criação, quando a ordem anda não havia sido imposta aos elementos do mundo”.[1] Em Gênesis1:2 pode-se ver:
“A terra, porém, estava informe e vazia, e as trevas cobriam a faze do abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas”.
Tratava-se do Caos primordial, antes da criação do mundo, realizada por Javé, a partir do nada. Na cosmogonia egípcia, o Caos é uma energia poderosa do mundo informe, que cinge a criação ordenada, como o oceano circula a terra. Existia antes da criação e coexiste com o mundo formal, envolvendo-o como uma imensa e inexaurível reserva de energias, nas quais se dissolverão as formas nos fins dos tempos. Na tradição chinesa, o Caos é o espaço homogêneo, anterior à divisão em quatro horizontes, que equivale à criação do mundo. Esta divisão marca a passagem ao diferenciado e a possibilidade de orientação, constituindo-se na base de toda a organização do cosmo. Estar desorientado é entrar no Caos, de onde não se pode sair, a não ser pela intervenção de um pensamento ativo, que atua energicamente no elemento primordial.
Do Caos grego, dotado de grande energia prolífica, saíram Géia (Terra), Tártaro (Inferno) e Eros (Amor).
Géia (Gaia)
Géia, em grego Gaia, cuja raiz etimológica ainda se desconhece, é a Terra, concebida como elemento primordial e deusa cósmica, diferenciando-se assim, teoricamente, de Deméter, a terra cultivada. Géia de apõe, simbolicamente, como princípio passivo ao princípio ativo; como aspecto feminino ao aspecto masculino; como obscuridade à luz; como Yin ao Yang, como anima ao animus; como densidade, fixação e condensação à natureza sutil e volátil, isto é, à dissolução. Geia suporta, enquanto Úrano, o Céu, a cobre. Dela nascem todos os seres, porque Géia é mulher e mãe. Suas virtude básicas são a doçura, a firmeza cordata e duradoura, não se podendo omitir a humildade, que, etimologicamente, prende-se a húmus, “a terra”, de que o homo, “homem”, que igualmente provém de húmus, foi modelado. Ela é a fêmea penetrada pela charrua e pelo arado, fecundada pela chuva ou pelo sangue, que são o spérma, a semente do Céu. Como matriz, concebe todos os seres, as fontes, os minerais e os vegetais. Geia simboliza a função materna: é a Tellus Mater, a Mãe-Terra. Concede e retoma a vida. Prostrando-se ao solo, exclama Jó 1:21:“Nu saí do ventre de minha mãe; nu para lá retornarei”. Reuertere ad locum tuum, volta a teu lugar, é um lembrete que alguns cemitérios gostam de estampar. “Rasteja para a terra, tua mãe” (Rig Veda, X, 18:10), diz o poeta védico ao morto. Assimilada à mãe, a Terra é símbolo de fecundidade e de regeneração, como escreveu Ésquilo nas Coéforas, 127-128:
“A própria Terra que, sozinha, gera todos os seres, alimenta-os e depois recebe deles novamente o gérmen fecundo.”
Consoante da Teogonia, a própria Géia gerou Úrano que a cobriu e deu nascimento aos deuses. Esta primeira hierogamia, quer dizer, casamento sagrado, foi imitada pelos deuses, pelos homens e pelos animais. Como origem e matriz da vida, Géia recebeu o nome de Magna Mater, a Grande Mãe. Guardiã da semente e da vida, em todas as culturas sempre houve “enterros” simbólicos, análogos às imersões batismais, seja com a finalidade de fortalecer as energias ou curar, seja como rito de iniciação. De toda forma, esse regressus ad uterum, essa descida ao útero da terra, tem sempre o mesmo significado religioso: a regeneração pelo contato com as energias telúricas; morrer para uma forma de vida, a fim de renascer pra uma vida nova e fecunda. É por isso que nos Mistérios de Elêusis se efetuava uma katábasis eis ántron, uma descida à caverna, onde se dava um novo nascimento. Para vencer o gigante Anteu, Héracles teve que segurá-lo no ar e sufocá-lo, já que o monstro readquiria todas as suas forças e energias, cada vez que tocava a Terra, sua mãe. Mater, mãe, tem a mesma raiz que matéria, “madeira”: quando se quer atrair a sorte ou afastar o azar, bate-se três vezes na matéria, na madeira, isto é, na mater, detentora das grandes energias e de um mana poderoso.
Tártaro
Tártaro, em grego tártaros, de etimologia desconhecida, até o momento, é o local mais profundo das entranhas da terra, localizado muito abaixo do próprio Hades. A distância que separa o Hades do Tártaro é a mesma existe entre Géia, a Terra, e Úrano, o Céu. Um pouco mais tarde, quando o Hades foi dividido em três compartimentos, Campos Elíseos, local onde ficavam por algum tempo dos que os que pouco tinham a purgar, Érebo, residência também temporária dos que tinham a sofrer, o Tártaro se tornou o local de suplício permanente dos grandes criminosos, mortais e imortais. Na Ilíada, porém, quando Zeus proíbe os Imortais de se imiscuírem nas batalhas entre aqueus e troianos, e ameaça lançar os recalcitrantes nas profundezas do Tártaro, observa-se que este é perfeito sinônimo de Hades, aonde iam ter, para todo o sempre, sem prêmio nem castigo, todas as almas. A divisão do Hades em compartimentos é pós-homérica.
Em Hesíodo a idéia de permanência eterna na outra vida já parece também existir, pelos menos alguns deuses e mortais: lá foram lançados os Titãs e as almas dos homens da Idade de Bronze. Os Ciclopes tiveram mais sorte: duas vezes lançados no Tártaro, duas vezes de lá foram libertados, o que demonstra que para algumas divindades o Tártaro podia funcionar apenas como prisão temporária, ao menos até Hesíodo. Seja como for, é no Tártaro que as diferentes gerações divinas lançam sucessivamente seus inimigos, como os Ciclopes e depois os Titãs.
Eros
Já escrevi um artigo inteiro dedicado somente à ele, então postarei aqui somente o link para esse post: http://flaviasilva.wordpress.com/2008/05/14/eros-cupiado-deus-grego-do-amor-mitologia-grega/

Caos gerou sozinho as trevas profundas, Érebo e Nix, enquanto de Nix nasceu a luz radiante, Éter e Hemera.
Assim, a matéria informe, confusa e opaca, o Caos, gera primeiramente as trevas. É que para Hesíodo o cosmo se desenvolve ciclicamente, de baixo para cima, passando das trevas à luz. É natural, por isso mesmo, que a luz, Éter e Hemera, tenha sido gerada pelas trevas, Nix, a Noite. Observe-se ainda a conjugação dos opostos: Érebo e Nix, as trevas, se opõem à luz, mas é das trevas, Nix, que nascerá a luz, Éter e Hemera. Esses pares antiéticos unem-se e interferem, cada um triunfando sobre o outro, num eterna transformação cíclica.
Também em Gênesis 1:2-3 a luz existiu depois das trevas:“A terra, porém, estava informe e vazia, e as trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas. E Deus disse:’Exista a luz’. E a luz existiu”.
Érebo
Érebo, em grego érebos, designa as trevas infernais. Trata-se de uma concepção indo-européia, cuja raiz é regwos, que aparece em sânscrito como rájas, espaço obscuro, no gótico riqiz, obscuridade, e no armênio erek, crepúsculo. Bem mais tarde, como já se disse, quando o Hades, o mundo infernal, foi “geograficamente” dividido em três compartimentos, Érebo ocupou o centro, à igual distância entre os Campos Elíseos e o Tártaro.
Nix
Nix em grego é a personificação e a deusa da noite, cuja raiz é o indo-europeu nokwt - escuridão. Habita o extremo Oeste, além do país de Atlas. Enquanto Érebo personifica as trevas subterrâneas, inferiores, Nix personifica as trevas superiores, de cima.
Percorre o céu, coberta por um manto sombrio, sobre um carro puxado por quatro cavalos negros e sempre acompanhada das Queres. À noite só se podem imolar ovelhas negras. Nix simboliza o tempo das gestações, das germinações e das conspirações, que vão surgir à luz do dia em manifestações de vida. É muito rica em todas as potencialidades de existência, mas entrar na noite é regressar ao indeterminado, onde se misturar pesadelos, íncubos, súcubos e monstros. Símbolo do inconsciente, é no sono da noite que aquele se libera.

Éter
Éter, em grego aithér do verbo aíthein, brilhar, iluminar, de onde “o brilhante”. Éter é a camada superior do cosmo, posicionado entre Urano (Céu) e o Ar e, por isso mesmo, personifica o céu superior, onde a luz é mais pura que na camada mais próxima da terra, dominada pelo Ar, que nada tem a ver com Éter.
Hemera
Em grego, Hemerá, cuja base é o indo-europeu amor, “claridade”. Hemera é a personificação do Dia, concebido como divindade feminina com Éter um par, enquanto Érebo e Nix formam outro.

Géia, sem concurso de nenhum deus, gerou Urano (Céu), Montes e Pontos (Mar). Aliás, como Grande Mãe, uma das características de Géia é a partenogênese.
Urano
Em grego, Uranós. Não mais se aceitando a aproximação com Vanura, talvez se pudesse cortejar o vocábulo grego com worsanós, sânscrito varsa-, “chuva”, de onde Urano seria “o que chove”, fecundando Géia. É a personificação Fo Céu, enquanto elemento fecundador de Géia. Urano (Céu) era concebido como um hemisfério, a abóbada celeste, que cobria a Terra, concebida como esférica, mas achatada: entre ambos se interpunham o Éter e o Ar e, nas profundezas de Géia, localizava-se o Tártaro, bem abaixo do próprio Hades. Do ponto de vista simbólico, o deus do Céu traduz uma proliferação criadora desmedida e indiferenciada, cuja abundância acaba por destruir o que foi gerado. Urano caracteriza, assim, a fase inicial de qualquer ação, com alternância de exaltação e depressão, de impulso e queda, de vida e morte dos projetos.
Deus celeste indo-europeu, símbolo da abundância, o deus do Céu é representado pelo touro. Sua fertilidade, entretanto, é perigosa, além de inútil. A mutilação de Urano por Crono põe cobro a uma odiosa e estéril fecundidade e faz surgir Afrodite, nascida do esperma ensangüentado do deus, a qual introduz a ordem e a fixação das espécies, impossibilitando qualquer procriação desordenada e nociva. André Virel, com base na mitologia grega, caracterizou as três fases da evolução criadora: Urano (sem equivalente no mito latino) é a efervescência caótica e indiferenciada, chamada cosmogonia; Crono (Saturno) é o podador, corta e separa. Com um golpe de foice ceifa os órgãos de seu pai, pondo fim a secreções indefinidas. Ele é o tempo da paralisação. É o regulador que bloqueia qualquer criação no universo. É o tempo simétrico, o tempo da identidade. Sua fase denomina-se esquizogenia. O reino de Zeus (Júpiter) se caracteriza por uma nova partida organizada e ordenada e não mais caótica e anárquica: a esta fase A. Virel chama autogenia.[2] Após a descontinuidade, a criação e a evolução retomam seu caminho.

Caos

Caos, em gregos Kháos, do verbo khaíein, abrir-se, entreabrir-se, significa abismo insondável. Ovídio chamou-o rudis indigestaque moles, massa informe e confusa. Consoante Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, o Caos é “a personificação do vazio primordial, anterior à criação, quando a ordem anda não havia sido imposta aos elementos do mundo”.[1] Em Gênesis1:2 pode-se ver:
“A terra, porém, estava informe e vazia, e as trevas cobriam a faze do abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas”.
Tratava-se do Caos primordial, antes da criação do mundo, realizada por Javé, a partir do nada. Na cosmogonia egípcia, o Caos é uma energia poderosa do mundo informe, que cinge a criação ordenada, como o oceano circula a terra. Existia antes da criação e coexiste com o mundo formal, envolvendo-o como uma imensa e inexaurível reserva de energias, nas quais se dissolverão as formas nos fins dos tempos. Na tradição chinesa, o Caos é o espaço homogêneo, anterior à divisão em quatro horizontes, que equivale à criação do mundo. Esta divisão marca a passagem ao diferenciado e a possibilidade de orientação, constituindo-se na base de toda a organização do cosmo. Estar desorientado é entrar no Caos, de onde não se pode sair, a não ser pela intervenção de um pensamento ativo, que atua energicamente no elemento primordial.
Do Caos grego, dotado de grande energia prolífica, saíram Géia (Terra), Tártaro (Inferno) e Eros (Amor).
Géia (Gaia)
Géia, em grego Gaia, cuja raiz etimológica ainda se desconhece, é a Terra, concebida como elemento primordial e deusa cósmica, diferenciando-se assim, teoricamente, de Deméter, a terra cultivada. Géia de apõe, simbolicamente, como princípio passivo ao princípio ativo; como aspecto feminino ao aspecto masculino; como obscuridade à luz; como Yin ao Yang, como anima ao animus; como densidade, fixação e condensação à natureza sutil e volátil, isto é, à dissolução. Geia suporta, enquanto Úrano, o Céu, a cobre. Dela nascem todos os seres, porque Géia é mulher e mãe. Suas virtude básicas são a doçura, a firmeza cordata e duradoura, não se podendo omitir a humildade, que, etimologicamente, prende-se a húmus, “a terra”, de que o homo, “homem”, que igualmente provém de húmus, foi modelado. Ela é a fêmea penetrada pela charrua e pelo arado, fecundada pela chuva ou pelo sangue, que são o spérma, a semente do Céu. Como matriz, concebe todos os seres, as fontes, os minerais e os vegetais. Geia simboliza a função materna: é a Tellus Mater, a Mãe-Terra. Concede e retoma a vida. Prostrando-se ao solo, exclama Jó 1:21:“Nu saí do ventre de minha mãe; nu para lá retornarei”. Reuertere ad locum tuum, volta a teu lugar, é um lembrete que alguns cemitérios gostam de estampar. “Rasteja para a terra, tua mãe” (Rig Veda, X, 18:10), diz o poeta védico ao morto. Assimilada à mãe, a Terra é símbolo de fecundidade e de regeneração, como escreveu Ésquilo nas Coéforas, 127-128:
“A própria Terra que, sozinha, gera todos os seres, alimenta-os e depois recebe deles novamente o gérmen fecundo.”
Consoante da Teogonia, a própria Géia gerou Úrano que a cobriu e deu nascimento aos deuses. Esta primeira hierogamia, quer dizer, casamento sagrado, foi imitada pelos deuses, pelos homens e pelos animais. Como origem e matriz da vida, Géia recebeu o nome de Magna Mater, a Grande Mãe. Guardiã da semente e da vida, em todas as culturas sempre houve “enterros” simbólicos, análogos às imersões batismais, seja com a finalidade de fortalecer as energias ou curar, seja como rito de iniciação. De toda forma, esse regressus ad uterum, essa descida ao útero da terra, tem sempre o mesmo significado religioso: a regeneração pelo contato com as energias telúricas; morrer para uma forma de vida, a fim de renascer pra uma vida nova e fecunda. É por isso que nos Mistérios de Elêusis se efetuava uma katábasis eis ántron, uma descida à caverna, onde se dava um novo nascimento. Para vencer o gigante Anteu, Héracles teve que segurá-lo no ar e sufocá-lo, já que o monstro readquiria todas as suas forças e energias, cada vez que tocava a Terra, sua mãe. Mater, mãe, tem a mesma raiz que matéria, “madeira”: quando se quer atrair a sorte ou afastar o azar, bate-se três vezes na matéria, na madeira, isto é, na mater, detentora das grandes energias e de um mana poderoso.
Tártaro
Tártaro, em grego tártaros, de etimologia desconhecida, até o momento, é o local mais profundo das entranhas da terra, localizado muito abaixo do próprio Hades. A distância que separa o Hades do Tártaro é a mesma existe entre Géia, a Terra, e Úrano, o Céu. Um pouco mais tarde, quando o Hades foi dividido em três compartimentos, Campos Elíseos, local onde ficavam por algum tempo dos que os que pouco tinham a purgar, Érebo, residência também temporária dos que tinham a sofrer, o Tártaro se tornou o local de suplício permanente dos grandes criminosos, mortais e imortais. Na Ilíada, porém, quando Zeus proíbe os Imortais de se imiscuírem nas batalhas entre aqueus e troianos, e ameaça lançar os recalcitrantes nas profundezas do Tártaro, observa-se que este é perfeito sinônimo de Hades, aonde iam ter, para todo o sempre, sem prêmio nem castigo, todas as almas. A divisão do Hades em compartimentos é pós-homérica.
Em Hesíodo a idéia de permanência eterna na outra vida já parece também existir, pelos menos alguns deuses e mortais: lá foram lançados os Titãs e as almas dos homens da Idade de Bronze. Os Ciclopes tiveram mais sorte: duas vezes lançados no Tártaro, duas vezes de lá foram libertados, o que demonstra que para algumas divindades o Tártaro podia funcionar apenas como prisão temporária, ao menos até Hesíodo. Seja como for, é no Tártaro que as diferentes gerações divinas lançam sucessivamente seus inimigos, como os Ciclopes e depois os Titãs.
Eros
Já escrevi um artigo inteiro dedicado somente à ele, então postarei aqui somente o link para esse post: http://flaviasilva.wordpress.com/2008/05/14/eros-cupiado-deus-grego-do-amor-mitologia-grega/

Caos gerou sozinho as trevas profundas, Érebo e Nix, enquanto de Nix nasceu a luz radiante, Éter e Hemera.
Assim, a matéria informe, confusa e opaca, o Caos, gera primeiramente as trevas. É que para Hesíodo o cosmo se desenvolve ciclicamente, de baixo para cima, passando das trevas à luz. É natural, por isso mesmo, que a luz, Éter e Hemera, tenha sido gerada pelas trevas, Nix, a Noite. Observe-se ainda a conjugação dos opostos: Érebo e Nix, as trevas, se opõem à luz, mas é das trevas, Nix, que nascerá a luz, Éter e Hemera. Esses pares antiéticos unem-se e interferem, cada um triunfando sobre o outro, num eterna transformação cíclica.
Também em Gênesis 1:2-3 a luz existiu depois das trevas:“A terra, porém, estava informe e vazia, e as trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas. E Deus disse:’Exista a luz’. E a luz existiu”.
Érebo
Érebo, em grego érebos, designa as trevas infernais. Trata-se de uma concepção indo-européia, cuja raiz é regwos, que aparece em sânscrito como rájas, espaço obscuro, no gótico riqiz, obscuridade, e no armênio erek, crepúsculo. Bem mais tarde, como já se disse, quando o Hades, o mundo infernal, foi “geograficamente” dividido em três compartimentos, Érebo ocupou o centro, à igual distância entre os Campos Elíseos e o Tártaro.
Nix
Nix em grego é a personificação e a deusa da noite, cuja raiz é o indo-europeu nokwt - escuridão. Habita o extremo Oeste, além do país de Atlas. Enquanto Érebo personifica as trevas subterrâneas, inferiores, Nix personifica as trevas superiores, de cima.
Percorre o céu, coberta por um manto sombrio, sobre um carro puxado por quatro cavalos negros e sempre acompanhada das Queres. À noite só se podem imolar ovelhas negras. Nix simboliza o tempo das gestações, das germinações e das conspirações, que vão surgir à luz do dia em manifestações de vida. É muito rica em todas as potencialidades de existência, mas entrar na noite é regressar ao indeterminado, onde se misturar pesadelos, íncubos, súcubos e monstros. Símbolo do inconsciente, é no sono da noite que aquele se libera.

Éter
Éter, em grego aithér do verbo aíthein, brilhar, iluminar, de onde “o brilhante”. Éter é a camada superior do cosmo, posicionado entre Urano (Céu) e o Ar e, por isso mesmo, personifica o céu superior, onde a luz é mais pura que na camada mais próxima da terra, dominada pelo Ar, que nada tem a ver com Éter.
Hemera
Em grego, Hemerá, cuja base é o indo-europeu amor, “claridade”. Hemera é a personificação do Dia, concebido como divindade feminina com Éter um par, enquanto Érebo e Nix formam outro.

Géia, sem concurso de nenhum deus, gerou Urano (Céu), Montes e Pontos (Mar). Aliás, como Grande Mãe, uma das características de Géia é a partenogênese.
Urano
Em grego, Uranós. Não mais se aceitando a aproximação com Vanura, talvez se pudesse cortejar o vocábulo grego com worsanós, sânscrito varsa-, “chuva”, de onde Urano seria “o que chove”, fecundando Géia. É a personificação Fo Céu, enquanto elemento fecundador de Géia. Urano (Céu) era concebido como um hemisfério, a abóbada celeste, que cobria a Terra, concebida como esférica, mas achatada: entre ambos se interpunham o Éter e o Ar e, nas profundezas de Géia, localizava-se o Tártaro, bem abaixo do próprio Hades. Do ponto de vista simbólico, o deus do Céu traduz uma proliferação criadora desmedida e indiferenciada, cuja abundância acaba por destruir o que foi gerado. Urano caracteriza, assim, a fase inicial de qualquer ação, com alternância de exaltação e depressão, de impulso e queda, de vida e morte dos projetos.
Deus celeste indo-europeu, símbolo da abundância, o deus do Céu é representado pelo touro. Sua fertilidade, entretanto, é perigosa, além de inútil. A mutilação de Urano por Crono põe cobro a uma odiosa e estéril fecundidade e faz surgir Afrodite, nascida do esperma ensangüentado do deus, a qual introduz a ordem e a fixação das espécies, impossibilitando qualquer procriação desordenada e nociva. André Virel, com base na mitologia grega, caracterizou as três fases da evolução criadora: Urano (sem equivalente no mito latino) é a efervescência caótica e indiferenciada, chamada cosmogonia; Crono (Saturno) é o podador, corta e separa. Com um golpe de foice ceifa os órgãos de seu pai, pondo fim a secreções indefinidas. Ele é o tempo da paralisação. É o regulador que bloqueia qualquer criação no universo. É o tempo simétrico, o tempo da identidade. Sua fase denomina-se esquizogenia. O reino de Zeus (Júpiter) se caracteriza por uma nova partida organizada e ordenada e não mais caótica e anárquica: a esta fase A. Virel chama autogenia.[2] Após a descontinuidade, a criação e a evolução retomam seu caminho.
No princípio era o Caos. Caos, em gregos Kháos, do verbo khaíein, abrir-se, entreabrir-se, significa abismo insondável. Ovídio chamou-o rudis indigestaque moles, massa informe e confusa. Consoante Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, o Caos é “a personificação do vazio primordial, anterior à criação, quando a ordem anda não havia sido imposta aos elementos do mundo”.[1] Em Gênesis1:2 pode-se ver:
“A terra, porém, estava informe e vazia, e as trevas cobriam a faze do abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas”.
Tratava-se do Caos primordial, antes da criação do mundo, realizada por Javé, a partir do nada. Na cosmogonia egípcia, o Caos é uma energia poderosa do mundo informe, que cinge a criação ordenada, como o oceano circula a terra. Existia antes da criação e coexiste com o mundo formal, envolvendo-o como uma imensa e inexaurível reserva de energias, nas quais se dissolverão as formas nos fins dos tempos. Na tradição chinesa, o Caos é o espaço homogêneo, anterior à divisão em quatro horizontes, que equivale à criação do mundo. Esta divisão marca a passagem ao diferenciado e a possibilidade de orientação, constituindo-se na base de toda a organização do cosmo. Estar desorientado é entrar no Caos, de onde não se pode sair, a não ser pela intervenção de um pensamento ativo, que atua energicamente no elemento primordial.
Do Caos grego, dotado de grande energia prolífica, saíram Géia (Terra), Tártaro (Inferno) e Eros (Amor).
Géia (Gaia)
Géia, em grego Gaia, cuja raiz etimológica ainda se desconhece, é a Terra, concebida como elemento primordial e deusa cósmica, diferenciando-se assim, teoricamente, de Deméter, a terra cultivada. Géia de apõe, simbolicamente, como princípio passivo ao princípio ativo; como aspecto feminino ao aspecto masculino; como obscuridade à luz; como Yin ao Yang, como anima ao animus; como densidade, fixação e condensação à natureza sutil e volátil, isto é, à dissolução. Geia suporta, enquanto Úrano, o Céu, a cobre. Dela nascem todos os seres, porque Géia é mulher e mãe. Suas virtude básicas são a doçura, a firmeza cordata e duradoura, não se podendo omitir a humildade, que, etimologicamente, prende-se a húmus, “a terra”, de que o homo, “homem”, que igualmente provém de húmus, foi modelado. Ela é a fêmea penetrada pela charrua e pelo arado, fecundada pela chuva ou pelo sangue, que são o spérma, a semente do Céu. Como matriz, concebe todos os seres, as fontes, os minerais e os vegetais. Geia simboliza a função materna: é a Tellus Mater, a Mãe-Terra. Concede e retoma a vida. Prostrando-se ao solo, exclama Jó 1:21:“Nu saí do ventre de minha mãe; nu para lá retornarei”. Reuertere ad locum tuum, volta a teu lugar, é um lembrete que alguns cemitérios gostam de estampar. “Rasteja para a terra, tua mãe” (Rig Veda, X, 18:10), diz o poeta védico ao morto. Assimilada à mãe, a Terra é símbolo de fecundidade e de regeneração, como escreveu Ésquilo nas Coéforas, 127-128:
“A própria Terra que, sozinha, gera todos os seres, alimenta-os e depois recebe deles novamente o gérmen fecundo.”
Consoante da Teogonia, a própria Géia gerou Úrano que a cobriu e deu nascimento aos deuses. Esta primeira hierogamia, quer dizer, casamento sagrado, foi imitada pelos deuses, pelos homens e pelos animais. Como origem e matriz da vida, Géia recebeu o nome de Magna Mater, a Grande Mãe. Guardiã da semente e da vida, em todas as culturas sempre houve “enterros” simbólicos, análogos às imersões batismais, seja com a finalidade de fortalecer as energias ou curar, seja como rito de iniciação. De toda forma, esse regressus ad uterum, essa descida ao útero da terra, tem sempre o mesmo significado religioso: a regeneração pelo contato com as energias telúricas; morrer para uma forma de vida, a fim de renascer pra uma vida nova e fecunda. É por isso que nos Mistérios de Elêusis se efetuava uma katábasis eis ántron, uma descida à caverna, onde se dava um novo nascimento. Para vencer o gigante Anteu, Héracles teve que segurá-lo no ar e sufocá-lo, já que o monstro readquiria todas as suas forças e energias, cada vez que tocava a Terra, sua mãe. Mater, mãe, tem a mesma raiz que matéria, “madeira”: quando se quer atrair a sorte ou afastar o azar, bate-se três vezes na matéria, na madeira, isto é, na mater, detentora das grandes energias e de um mana poderoso.
Tártaro
Tártaro, em grego tártaros, de etimologia desconhecida, até o momento, é o local mais profundo das entranhas da terra, localizado muito abaixo do próprio Hades. A distância que separa o Hades do Tártaro é a mesma existe entre Géia, a Terra, e Úrano, o Céu. Um pouco mais tarde, quando o Hades foi dividido em três compartimentos, Campos Elíseos, local onde ficavam por algum tempo dos que os que pouco tinham a purgar, Érebo, residência também temporária dos que tinham a sofrer, o Tártaro se tornou o local de suplício permanente dos grandes criminosos, mortais e imortais. Na Ilíada, porém, quando Zeus proíbe os Imortais de se imiscuírem nas batalhas entre aqueus e troianos, e ameaça lançar os recalcitrantes nas profundezas do Tártaro, observa-se que este é perfeito sinônimo de Hades, aonde iam ter, para todo o sempre, sem prêmio nem castigo, todas as almas. A divisão do Hades em compartimentos é pós-homérica.
Em Hesíodo a idéia de permanência eterna na outra vida já parece também existir, pelos menos alguns deuses e mortais: lá foram lançados os Titãs e as almas dos homens da Idade de Bronze. Os Ciclopes tiveram mais sorte: duas vezes lançados no Tártaro, duas vezes de lá foram libertados, o que demonstra que para algumas divindades o Tártaro podia funcionar apenas como prisão temporária, ao menos até Hesíodo. Seja como for, é no Tártaro que as diferentes gerações divinas lançam sucessivamente seus inimigos, como os Ciclopes e depois os Titãs.
Eros
Já escrevi um artigo inteiro dedicado somente à ele, então postarei aqui somente o link para esse post: http://flaviasilva.wordpress.com/2008/05/14/eros-cupiado-deus-grego-do-amor-mitologia-grega/

Caos gerou sozinho as trevas profundas, Érebo e Nix, enquanto de Nix nasceu a luz radiante, Éter e Hemera.
Assim, a matéria informe, confusa e opaca, o Caos, gera primeiramente as trevas. É que para Hesíodo o cosmo se desenvolve ciclicamente, de baixo para cima, passando das trevas à luz. É natural, por isso mesmo, que a luz, Éter e Hemera, tenha sido gerada pelas trevas, Nix, a Noite. Observe-se ainda a conjugação dos opostos: Érebo e Nix, as trevas, se opõem à luz, mas é das trevas, Nix, que nascerá a luz, Éter e Hemera. Esses pares antiéticos unem-se e interferem, cada um triunfando sobre o outro, num eterna transformação cíclica.
Também em Gênesis 1:2-3 a luz existiu depois das trevas:“A terra, porém, estava informe e vazia, e as trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre as águas. E Deus disse:’Exista a luz’. E a luz existiu”.
Érebo
Érebo, em grego érebos, designa as trevas infernais. Trata-se de uma concepção indo-européia, cuja raiz é regwos, que aparece em sânscrito como rájas, espaço obscuro, no gótico riqiz, obscuridade, e no armênio erek, crepúsculo. Bem mais tarde, como já se disse, quando o Hades, o mundo infernal, foi “geograficamente” dividido em três compartimentos, Érebo ocupou o centro, à igual distância entre os Campos Elíseos e o Tártaro.
Nix
Nix em grego é a personificação e a deusa da noite, cuja raiz é o indo-europeu nokwt - escuridão. Habita o extremo Oeste, além do país de Atlas. Enquanto Érebo personifica as trevas subterrâneas, inferiores, Nix personifica as trevas superiores, de cima.
Percorre o céu, coberta por um manto sombrio, sobre um carro puxado por quatro cavalos negros e sempre acompanhada das Queres. À noite só se podem imolar ovelhas negras. Nix simboliza o tempo das gestações, das germinações e das conspirações, que vão surgir à luz do dia em manifestações de vida. É muito rica em todas as potencialidades de existência, mas entrar na noite é regressar ao indeterminado, onde se misturar pesadelos, íncubos, súcubos e monstros. Símbolo do inconsciente, é no sono da noite que aquele se libera.

Éter
Éter, em grego aithér do verbo aíthein, brilhar, iluminar, de onde “o brilhante”. Éter é a camada superior do cosmo, posicionado entre Urano (Céu) e o Ar e, por isso mesmo, personifica o céu superior, onde a luz é mais pura que na camada mais próxima da terra, dominada pelo Ar, que nada tem a ver com Éter.
Hemera
Em grego, Hemerá, cuja base é o indo-europeu amor, “claridade”. Hemera é a personificação do Dia, concebido como divindade feminina com Éter um par, enquanto Érebo e Nix formam outro.

Géia, sem concurso de nenhum deus, gerou Urano (Céu), Montes e Pontos (Mar). Aliás, como Grande Mãe, uma das características de Géia é a partenogênese.
Urano
Em grego, Uranós. Não mais se aceitando a aproximação com Vanura, talvez se pudesse cortejar o vocábulo grego com worsanós, sânscrito varsa-, “chuva”, de onde Urano seria “o que chove”, fecundando Géia. É a personificação Fo Céu, enquanto elemento fecundador de Géia. Urano (Céu) era concebido como um hemisfério, a abóbada celeste, que cobria a Terra, concebida como esférica, mas achatada: entre ambos se interpunham o Éter e o Ar e, nas profundezas de Géia, localizava-se o Tártaro, bem abaixo do próprio Hades. Do ponto de vista simbólico, o deus do Céu traduz uma proliferação criadora desmedida e indiferenciada, cuja abundância acaba por destruir o que foi gerado. Urano caracteriza, assim, a fase inicial de qualquer ação, com alternância de exaltação e depressão, de impulso e queda, de vida e morte dos projetos.
Deus celeste indo-europeu, símbolo da abundância, o deus do Céu é representado pelo touro. Sua fertilidade, entretanto, é perigosa, além de inútil. A mutilação de Urano por Crono põe cobro a uma odiosa e estéril fecundidade e faz surgir Afrodite, nascida do esperma ensangüentado do deus, a qual introduz a ordem e a fixação das espécies, impossibilitando qualquer procriação desordenada e nociva. André Virel, com base na mitologia grega, caracterizou as três fases da evolução criadora: Urano (sem equivalente no mito latino) é a efervescência caótica e indiferenciada, chamada cosmogonia; Crono (Saturno) é o podador, corta e separa. Com um golpe de foice ceifa os órgãos de seu pai, pondo fim a secreções indefinidas. Ele é o tempo da paralisação. É o regulador que bloqueia qualquer criação no universo. É o tempo simétrico, o tempo da identidade. Sua fase denomina-se esquizogenia. O reino de Zeus (Júpiter) se caracteriza por uma nova partida organizada e ordenada e não mais caótica e anárquica: a esta fase A. Virel chama autogenia.[2] Após a descontinuidade, a criação e a evolução retomam seu caminho.

Vamos conhecer alguns deuses e deusas do Olimpo


Deuses

Zeus

É o chefe supremo do Panteão Olímpico grego. Seu nome, de origemindo-européia, significa resplandecente, brilhante; é associado ao trovão e ao raio.Homero o chama de "Pai dos deuses e dos homens", colocando-o na posição depatriarca ou chefe de tribo, responsável pela justiça e pela ordem moral e social daGrécia. É representado como um homem robusto, majestoso, com uma barba imponente. Era odeus mais venerado da Grécia, e o seu principal centro de culto era em Olímpia. Zeus inspirou muitos mitos e lendas na literatura grega, sobretudo pela quantidade demulheres que possuiu. Tinha como mulher oficial Hera, uma de suas irmãs. Na religiãoromana, Zeus era conhecido como Júpiter.

Poseidon

Era o senhor do mar, segundo em importância na escala do Olimpo, poispara os gregos o comércio marítimo era uma peça fundamental da economia. Posseidon tinha um esplendoroso palácio no fundo do mar; sua mulher era Anfitrite, netado titã Oceano. É representado como um homem de boa aparência, barbudo, com umtridente nas mãos. Entre os romanos, era conhecido como Netuno.

Hades

Dominava o mundo subterrâneo. Embora seja conhecido como o deus dosmortos, era também chamado Pluto, o deus das riquezas contidas no subsolo. Sombrio esinistro, raramente visitava a Terra, e possuía um capacete ou elmo que tornavaqualquer um invisível. Costuma ser representado num carro de ouro, co

DEUSAS

Hera

Além de irmã de Zeus, também foi a sua mulher oficial. Protetora do matrimônio, extremamente ciumenta, buscava castigar as mulheres pelas quais Zeus se apaixonava. Não perdoava aqueles(as) que a ofendiam. As mulheres casadas invocavam o seu auxílio no momento do parto. Em algumas cidades, Ilítia ou Eileithyia, a divindade consagrada a esse acontecimento, identificava-se com a própria Hera, em outras como sua filha. Os romanos tratavam Hera como Juno.

Héstia

Deusa dos laços familiares, simbolizada pelo fogo da lareira. Cortejada por Possêidon e Apolo, jurou virgindade perante Zeus; embora não apareça com frequência nas histórias mitológicas, era admirada por todos os deuses. Quando os gregos fundavam cidades fora da Grécia, levavam o fogo da lareira como símbolo da ligação com a terra mater. Em Roma era cultuada como Vesta; suas sacerdotisas eram chamadas vestais, e faziam voto de castidade.

Deméter

Deusa da terra fértil, dos campos e dos cereais, especialmente do trigo. Era uma das deusas mais antigas, associada a Géia e à sua própria mãe Réia. Seu culto era praticado em diversas regiões do mundo helênico, onde assumia os nomes de Cibeles (Frígia), Ísis (Egito) e Ceres (Roma).

Ártemis

Deusa das florestas, da caça e dos animais selvagens. Em algumas cidades era a deusa da fertilidade e do nascimento das crianças; também era considerada a divindade da luminosidade lunar, e protetora da juventude feminina. Existiam contradições nos papéis a ela atribuídos. Ao mesmo tempo em que era a deusa da caça, protegia os animais, especialmente os cervos; embora fosse virgem, virtude que foi defendida em vários mitos, protegia os partos. Era descrita como uma mulher alta, que se destacava das ninfas que a acompanhavam; portava arco e flecha, e era rodeada por uma matilha. Também é representada com cabelo preso e seios à mostra. Em Roma era venerada como Diana.

Atena

Deusa da sabedoria, indústria, justiça, guerra e artes. Era filha somente de Zeus, que ao sentir uma terrível dor de cabeça, pediu a Hefesto, deus do fogo e padroeiro dos artesãos, lhe abrisse o crânio; então, dele saltou Atena, já adulta. Atena teria sido concebida por Métis, a antiga deusa da prudência, que em alguns mitos foi a primeira mulher de Zeus, porém havia uma profecia de que a criança o destronaria; então, Zeus devorou Métis, e teve Atena sozinho. Na guerra, Atena associava-se ao combate individual, estratégia e justiça, diferentemente de Ares, que tinha prazer apenas pela brutalidade. O atributo da vitória era em algumas cidades consagrado a Atena, em outras aparecia Nike, uma deusa específica para a vitória, representada por uma mulher alada. Minerva era o nome que os romanos designaram para Atena, e Victória para Nike.

Afrodite

Deusa do amor, beleza e êxtase sexual. De acordo com Hesíodo, nasceu quando Urano foi castrado por Cronos, que atirou os órgãos genitais ao mar; um turbilhão levantou-se e dele ela surgiu. Há uma outra versão em que Afrodite é filha de Zeus e Dione. Afrodite era uma deusa de origem asiática, similar a Ishtar da Mesopotâmia, e a Ashtart sírio-palestina. Seus símbolos eram o delfim, o pombo, o cisne, a romã e a limeira. A presença de Afrodite causou um alvoroço no Olimpo; Zeus, temendo uma briga entre os deuses, por causa dos seus encantos, resolveu casá-la com Hefesto, deus do fogo e ferreiro dos deuses, por ele considerado o mais estável emocionalmente; também se conta que foi uma forma de Zeus castigá-la pela vaidade. O casamento não deu certo; a bela, alegre e atraente deusa não se encantou pelo feio, coxo e encardido ferreiro, e o traiu com Ares. Eros, o garoto alado que atirava as flechas para que as pessoas se apaixonassem, é filho dessa união. Em Roma, Afrodite foi cultuada como Vênus, e Eros como Cupido.

m a cornucópiada abundância nas mãos. Sua mulher era Perséfone, filha de Zeus e da irmã de ambos, Deméter.

Ares

Deus da guerra, filho de Zeus e Hera. A sua figura surgiu na época em que oferro passou a ser utilizado para a fabricação de espadas e escudos, e os Exércitospassaram a ter normas precisas para ataque e defesa. Possuía um caráter violento,apreciava cenas brutais e tinha prazer em observar a dor alheia. Ares não era cultuado na Grécia, onde o povo preferia a concórdia e a harmonia. Poressa razão, era muitas vezes o derrotado nos mitos gregos; Atena, deusa da sabedoria,o venceu várias vezes, o que era uma forma de demonstrar o triunfo da razão sobre abrutalidade. A versão romana de Ares é Marte.

Apolo

Deus do sol, irmão gêmeo de Ártemis, deusa da caça, filho de Zeus e Leto, filhados titãs Coeus e Phoebe, tios de Zeus. Tinha qualidades atléticas, musicais e poéticas,possuía uma bela voz e tocava lira; os gregos o invocavam também em relação àmedicina, criação de gado, agricultura e no manejo do arco e flecha. Era também o deusdas profecias, concedendo esse dom aos humanos que apreciava; o seu oráculo emDelfos, era o mais célebre do mundo helênico. Os atributos de Apolo eram relativos à sua luminosidade, e integravam o modelo ideal dohomem grego, capaz de equilibrar heroísmo, beleza e sabedoria. Alguns mitos o colocamtambém como impiedoso e cruel, como no caso da transformação da ninfa Dafne numaárvore.

Hermes

Conhecido como o mensageiro dos deuses, era filho de Zeus com a ninfaMaia, filha de Atlas, neta dos titãs Oceano e Thétis; Zeus a possuiu na calada da noite,enquanto Hera dormia, e Hermes nasceu pela manhã. Foi o deus dos pastores, viajantes por via terrestre, mercadores, pesos e medidas,atletas, e ladrões; venerado pela astúcia e sagacidade, inspirava também a literatura ea oratória. Ainda dedicava-se à música, sendo o inventor da lira e da flauta; no campoesportivo, era considerado o criador do pedestrianismo e do pugilismo. Como mensageirodos deuses, guiava as almas dos mortos para o mundo subterrâneo, e também estavaassociado com a transmissão dos sonhos aos mortais. Hermes é representado por um jovem bonito, de porte atlético, com sandálias ecapacete alados, portando o caduceu, símbolo dos plenos poderes como executor dasordens de Zeus, e do seu caráter conciliador. Em Roma era venerado como Mercúrio.

Hefesto

Deus do fogo, artesão divino, que produzia muitos dos objetos e acessóriosutilizados pelos deuses, inclusive os raios de Zeus. Hefesto, segundo Hesíodo, foi gerado espontaneamente pela vingativa e ciumenta Hera,em represália a paixão de Zeus por Métis. Porém, Hera decepcionada com a feiúra dofilho, o atirou Olimpo abaixo. Em outra versão, Zeus o atira por ter apoiado Hera numadiscussão. Como artesão, Hefesto pretendia Atena como mulher, por ser a padroeira da indústria,mas ela o recusou por ser muito feio; em outra versão, ela desaparece do leito nupcial,e Hefesto ejacula no chão; num conto semelhante, o esperma derramado na coxa deAtena gera Erecteu, que foi rei de Atenas. Apesar dos desencontros, ambos são muitovenerados na cidade de Atenas, na qual as manufaturas tinham um papel importante naeconomia. Hefesto também aparece como o marido traído de Afrodite; depois desse episódio,segundo Homero (Ilíada), desposou Aglaea, uma das Graças. Na mitologia romana erachamado Vulcano.

Dionísio

Era um dos deuses mais populares. Conhecido em Roma como Baco, foicaracterizado de duas maneiras: na primeira como o deus do vinho, da vegetação,fertilidade, e também padroeiro do teatro; na segunda, como o iniciador no êxtasemístico resultante da entrega do corpo às substâncias inebriantes, com ênfase para asbebidas alcoólicas. Assim, era o inspirador de cultos orgiásticos. Dionísio era filho de Zeus com Semele, uma bela mortal a quem prometera satisfazetodos os desejos. Semele pediu para ver Zeus em toda a sua majestade, mas os raiosluminosos procedentes dessa visão a carbonizaram; como estava esperando Dionísio, elae o filho em gestação foram para o Hades, de onde Zeus o resgatou, levou para oOlimpo, costurando-o em sua coxa, de onde foi retirado ao completar a gestação. Háoutra versão em que Dionísio seria filho de Perséfone, deusa do mundo subterrâneo.

Hera

Além de irmã de Zeus, também foi a sua mulher oficial. Protetora do matrimônio, extremamente ciumenta, buscava castigar as mulheres pelas quais Zeus se apaixonava. Não perdoava aqueles(as) que a ofendiam. As mulheres casadas invocavam o seu auxílio no momento do parto. Em algumas cidades, Ilítia ou Eileithyia, a divindade consagrada a esse acontecimento, identificava-se com a própria Hera, em outras como sua filha. Os romanos tratavam Hera como Juno.

Héstia

Deusa dos laços familiares, simbolizada pelo fogo da lareira. Cortejada por Possêidon e Apolo, jurou virgindade perante Zeus; embora não apareça com frequência nas histórias mitológicas, era admirada por todos os deuses. Quando os gregos fundavam cidades fora da Grécia, levavam o fogo da lareira como símbolo da ligação com a terra mater. Em Roma era cultuada como Vesta; suas sacerdotisas eram chamadas vestais, e faziam voto de castidade.

Deméter

Deusa da terra fértil, dos campos e dos cereais, especialmente do trigo. Era uma das deusas mais antigas, associada a Géia e à sua própria mãe Réia. Seu culto era praticado em diversas regiões do mundo helênico, onde assumia os nomes de Cibeles (Frígia), Ísis (Egito) e Ceres (Roma).

Ártemis

Deusa das florestas, da caça e dos animais selvagens. Em algumas cidades era a deusa da fertilidade e do nascimento das crianças; também era considerada a divindade da luminosidade lunar, e protetora da juventude feminina. Existiam contradições nos papéis a ela atribuídos. Ao mesmo tempo em que era a deusa da caça, protegia os animais, especialmente os cervos; embora fosse virgem, virtude que foi defendida em vários mitos, protegia os partos. Era descrita como uma mulher alta, que se destacava das ninfas que a acompanhavam; portava arco e flecha, e era rodeada por uma matilha. Também é representada com cabelo preso e seios à mostra. Em Roma era venerada como Diana.

Atena

Deusa da sabedoria, indústria, justiça, guerra e artes. Era filha somente de Zeus, que ao sentir uma terrível dor de cabeça, pediu a Hefesto, deus do fogo e padroeiro dos artesãos, lhe abrisse o crânio; então, dele saltou Atena, já adulta. Atena teria sido concebida por Métis, a antiga deusa da prudência, que em alguns mitos foi a primeira mulher de Zeus, porém havia uma profecia de que a criança o destronaria; então, Zeus devorou Métis, e teve Atena sozinho. Na guerra, Atena associava-se ao combate individual, estratégia e justiça, diferentemente de Ares, que tinha prazer apenas pela brutalidade. O atributo da vitória era em algumas cidades consagrado a Atena, em outras aparecia Nike, uma deusa específica para a vitória, representada por uma mulher alada. Minerva era o nome que os romanos designaram para Atena, e Victória para Nike.

Afrodite

Deusa do amor, beleza e êxtase sexual. De acordo com Hesíodo, nasceu quando Urano foi castrado por Cronos, que atirou os órgãos genitais ao mar; um turbilhão levantou-se e dele ela surgiu. Há uma outra versão em que Afrodite é filha de Zeus e Dione. Afrodite era uma deusa de origem asiática, similar a Ishtar da Mesopotâmia, e a Ashtart sírio-palestina. Seus símbolos eram o delfim, o pombo, o cisne, a romã e a limeira. A presença de Afrodite causou um alvoroço no Olimpo; Zeus, temendo uma briga entre os deuses, por causa dos seus encantos, resolveu casá-la com Hefesto, deus do fogo e ferreiro dos deuses, por ele considerado o mais estável emocionalmente; também se conta que foi uma forma de Zeus castigá-la pela vaidade. O casamento não deu certo; a bela, alegre e atraente deusa não se encantou pelo feio, coxo e encardido ferreiro, e o traiu com Ares. Eros, o garoto alado que atirava as flechas para que as pessoas se apaixonassem, é filho dessa união. Em Roma, Afrodite foi cultuada como Vênus, e Eros como Cupido.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008


Conhecendo os heróis gregos Os heróis aparecem em várias histórias mitológicas da Grécia Antiga. Utilizando suas capacidades especiais, são capazes de vencer monstros, combater vários guerreiros inimigos e atuar em missões que seriam impossíveis aos mortais. Por outro lado, os heróis apresentavam alguns defeitos humanos (psicológicos e corporais). Principais hérois da mitologia grega e seus feitos
- Aquiles: participou do cerco da cidade de Tróia, ajudando na vitória grega. Era um excelente guerreiro, com muitas qualidades nesta área. Seu ponto fraco era o calcanhar. Morreu ao ser atingido neste local, por uma flecha arremessada por Paris. Este evento ocorreu durante a Guerra de Tróia.
- Herácles (Hércules) - a força física era a principal qualidade deste herói. Suas façanhas estão presentes nas histórias sobre os Doze Trabalhos de Hércules. Derrotou monstros e cumpriu vários desafios que seriam impossíveis para os humanos. Era filho de Zeus e Alcmena.
- Teseu - venceu o Minotauro no labirinto de Creta.
- Agamenon - guerreiro valente e forte, foi o guerreiro comandante na Guerra de Tróia.
- Perseu - foi o herói que conseguiu decapitar a Medusa.
- Ajax: herói guerreiro que também atuou nas batalhas da Guerra de Tróia.
- Édipo: único a conseguir, com sua inteligência superior, decifrar o enigma da Esfinge. Tounou-se rei de Tebas.
- Cadmo: venceu o dragão que controlava a cidade de Tebas.
- Atlanta: heroína grega que participou da caçada ao javali de Caridon.

Deuses Gregos
Na concepção greco-romana, os imortais classificavam-se em: Divindades primordiais, superiores, siderais, dos ventos, das águas e alegóricas. Abaixo listarei os deuses utilizando a mesma concepção.
Divindades Primordiais:
Geia - Mãe de todos os seres, personificação da terra. Surgiu do Caos e gerou Urano, os Montes, o Mar, os Titãs, os Centímanos (Hecatonquiros), os Gigantes, as Erínies, etc. O mito de Géia provávelmente começou como uma veneração neolítica da terra-mãe antes da invasão Indo-Européia que posteriormente se tornou a civilização Helenística.
Urano - O primeiro rei do Universo, segundo Hesíodo (céu estrelado). Casou-se com Géia, da qual teve os Titãs, as Titânidas, os Ciclopes e os Hecatonquiros. Urano, por ódio, lançou no Tártaro os Ciclopes e os Hecatonquiros, Géia porém deu uma foice aos Titãs para que se vingassem. Cronos, o mais audacioso deles, castrou Urano e tornou-se o senhor do universo!
Cronos - Filho de Urano e Géia. O mais jovem dos Titãs. Se tornou senhor do céu castrando o pai. Casou com Réia, e teve Héstia, Deméter, Hera, Ades e Poseidon. Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, que Réia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca. Mais tarde Zeus voltou, deu ao pai um remédio que o fez vomitar os filhos, e logo depois o destronou e baniu-o no tártaro. Cronos escapou e fugiu para a Itália onde reinou sobre o nome de Saturno. Este período no qual reinou foi chamado de "A era de ouro terrestre".
Ciclopes - Arges, Brontes e Estéropes. Pertenciam a raça dos gigantes. Forjavam os raios e os trovões para Zeus. Teriam sido mortos por Apolo para vingar a morte de Asclépio. Segundo Homero, porém, teria sido um povo de gigantes rudes, fortes, indiferentes às divindades, dedicados ao pastoreio.
Hecantoquiros (ou Centimanos) - Briareu, Coto e Giges. Gigantes de cem braços e cinqüenta cabeças. Tendo hostilizado o pai, este os mandou pra horríveis cavernas nas vísceras da terra. Participaram da rebellião contra Urano. Quando Cronos tomou o poder, os aprisionou no tártaro. Libertados por Zeus, lutaram contra as titãs. Com a habilidade de arremeçar cem pedras de uma vez venceram os titãs. Briareus era guarda-costas de Zeus.
Titãs - Oceano, Hipérion, Japeto, Céos, Créos e Cronos.
Titanidas - Téia, Réia, Têmis, Mnemôsine, Febe e Téis.
Zeus - O deus supremo do mundo, o deus por excelência. Presidia aos fenômenos atmosféricos, recolhia e dispersava as nuvens, comandava as tempestades, criava os relâmpagos e o trovão e lançava a chuva com sua poderosa mão direita, à sua vontade, o raio destruidor; por outro lado mandava chuva benéfica para fecundar a terra e amadurecer os frutos. Chamado de o pai dos deuses, por que, apesar de ser o caçula de sua divina família, tinha autoridade sobre todos os deuses, dos quais era o chefe reconhecido por todos. Tinha o supremo governo do mundo e zelava pela ordem e da harmonia que reinava nas coisas. Depois de ter destronado o sei pai, dividiu com seus irmãos o domínio do mundo. Morava no Olimpo, quando sacudia a égide, o escudo formidável que lançava relâmpagos explodia a procela. Casou-se com Hera, porém teve muitos amores.
Hera - Irmã e esposa de Zeus, a mais excelsa das deusas. A Ilíada a representa como orgulhosa, obstinada, ciumenta e rixosa. Odiava sobretudo Héracles, que procurou diversas vezes matar. Na guerra de Tróia por ódio dos troianos, devido ao julgamento de Páris, ajudou os gregos.
Hestia - Deusa do fogo e da lareira.
Demeter - É a maior das divindades gregas ligadas à terra produtora; seu nome significa Terra-mãe. De Zeus teve Perséfone, que foi raptada por Hades. Enraivecida, fez com que a terra se tornasse árida. Zeus, para aplacá-la, obteve de Hades que Perséfone permanecesse quatro meses nos Infernos, junto com o marido, e oito meses ao lado de sua mãe. O seu mito em relação a Perséfone teve lugar nos mistérios eleusinos.
Apolo - Filho de Zeus e de Leto, também chamado Febo, irmão gêmeo de Ártemis, nasceu às fraldas do monte Cinto, na ilha de Delos. É o deus radiante, o deus da luz benéfica. A lenda mostra-nos Apolo, ainda garoto, combatendo contra o gigante Títio e matando-o, e contra a serpente Píton, monstro saído da terra, que assolava os campos, matando-a também. Apolo é porém, também concebido como divindade maléfica, executora de vinganças. Em contraposição, como dá a morte, dá também a vida: é médico, deus da saúde, amigo da juventude bela e forte. É o inventor da adivinhação, da música e da poesia, condutor das Musas, afasta as desventuras e protege os rebanhos.
Artemis - Deusas da caça, filha de Zeus e Leto, irmã gêmea de Apolo. Representava a mais luminosa encarnação da pureza feminina. Eram-lhe oferecidos sacrifícios humanos em tempos antiquíssimos. Deusa da Lua, declinava-se, circundada por suas ninfas, vagar de dia pelos bosques à caça de feras, à noite, porém, com o seu pálido raio, mostrava o caminho aos viajores. Quando a Lua, escondida pelas nuvens, tornava-se ameaçadora e incutia medo nos homens, tomava o nome de Hécate.
Atena - Surgiu toda armada do cérebro de Zeus, depois de ter ele engolido seu primeira esposa Métis. Era o símbolo da inteligência, da guerra justa, da casta mocidade e das artes domésticas e uma das divindades mais veneradas. Um esplêndido templo, o Partenon, surgia em sua honra na Acrópole de Atenas, a cidade que lhe era particularmente consagrada. Obra maravilhosa de Ictino e de Calícrates, o Partenon continha uma colossal estátua de ouro dessa deusa, de autoria do famoso escultor Fídias.
Hermes - Filho de Zeus e de Maia, o arauto dos deuses e fiel mensageiro de seu pai, nasceu numa gruta do monte Ciline, na Arcádia. Lodo que nasceu, fugiu do berço e roubou cinqüenta novilhas do rebanho de Apolo, em seguida, com a casca de uma tartaruga, construiu a primeira lira e com o som deste instrumento aplacou Apolo, enfurecido pelo furto; esse deus acabou por deixar-lhe as novilhas e deu-lhe o caduceu, a vara de ouro, símbolo da paz, n troca da lira. Zeus deu-lhe o encargo de levar os mortos a Hades, daí o epíteto de Psicompompo. Inventou, além da lira, as letras e os algarismos, fundou os ritos religiosos e introduziu a cultura da oliveira. Deus dos Sonhos, eram lhe oferecidos sacrifícios de porcos, cordeiros, cabritos... Seus atributos eram a prudência e a esperteza. Livrou Ares das correntes dos Aloídas, levou Príamo à tenda de Aquiles e matou Argos, guarda de Io. Era representado com um jovem ágil e vigoroso, com duas pequenas asas nos pés, um chapéu de abas largas na cabeça e o caduceu nas mãos.
Afrodite - A deusa mais popular do Olimpo grego, símbolo do amor e da beleza. Filha de Zeus e de Díone ou, segundo outra versão, nascida da espuma do mar na ilha de Chipre. Acompanhavam-na as Horas, as Graças e as outras divindades personificadoras do amor. Era esposa de Hefesto, porém amou Ares, Hermes, Dioniso, Poseidon e Anquises. Por seus amores com Ares, foi considerada também como divindade guerreira. A sede mais antiga de seu culto era a ilha de Chipre.
Hefesto - Deus do fogo, filho de Zeus e Hera. Trabalhava admiravelmente os metais e construiu inúmeros palácios de bronze, além da esplêndida armadura de Aquiles e o cetro e a égide de Zeus. Segundo uma tradição, nasceu coxo, pelo que sua mãe lançou-o do alto do monte Olimpo, foi recolhido por Tétis e Eurínome, com as quais permaneceu durante nove anos. Voltando ao Olimpo, ao defender Hera contra Zeus, este atirou-o do céu e, precipitando durante um dia inteiro, caiu na ilha de Lemos. Suas forjas, com vinte foles, foram depois do Olimpo colocadas no Etna, onde tinha os Ciclopes como companheiros de trabalho.
Hades - Senhor do reino subterrâneo. Acreditava-se que, com seu carro, viesse ao mundo para buscar as almas dos mortos. Possuía um capacete que o tornava invisível. Somente Hades tinha o poder de restituir a vida de um homem, porém, utilizou-se desse poder pouquíssimas vezes e, assim mesmo, a pedido da esposa. Era o deus das riquezas porque dominava nas profundezas da terra, de onde mandava prosperidade e fertilidade; era considerado um deus benéfico.
Poseidon - Depois que os Titãs foram derrotados por Zeus, na divisão do mundo coube-lhe a senhoria do mar e de todas as divindades marinhas. Tinha um palácio nas profundezas do mar, onde morava com sua esposa Anfiritre e seu filho Tritão. Sua arma era o tridente, com o qual levantava as ondas fragorosas, que engoliam as naus, e fazia estremecer o solo ou desperdiçar os recifes. Odiava Ulisses, por ele ter cegado o Ciclope Polifemo, seu filho. Foi inimigo de Tróia, depois que seu rei Laomendonte lhe negou a compensação pela construção das muralhas da cidade, ocasião em que mandou um monstro marinho para devorar Hesíon, filha do rei, que Héracles matou. Teve com Zeus, numerosos amores, todavia enquanto os filhos de Zeus eram heróis benfeitores, os de Poseidon eram geralmente gigantes malfazejos e violentos.
Ares - Deus da guerra, filho de Zeus e de Hera. Deleitava-se com a guerra pelo sei lado mais brutal, qual seja a carnificina e o derramamento de sangue. Inimigo da serena luz solar e da calmaria atmosférica, ávido de desordem e de luta. Ares era detestado pelos outros deuses, o próprio Zeus o odiava. Tinha como companheiros nas lutas Éris, a discórdia; Deimos e Fobos, o espanto e o terror, e Ênio, a deusa da carnificina na guerra. Amou Afrodite, da qual teve Harmonia, Eros, Anteros, Deimos e Fobos.
Dioniso - Filho de Zeus e de Sêmele, deus do vinho e do delírio místico. Em sentido mais geral, representava aquela energia da natureza que, por efeito do calor e da umidade, amadurece os frutos; era, pois, uma divindade benéfica. De todas as divindades, era a que mais aproximava dos homens. Teve um nascimento milagroso, com efeito, morrendo-lhe a mãe antes que tivesse o necessário desenvolvimento, foi recolhido pelo pai que o costurou numa de suas coxas e aí o conservou até que o garoto pudesse enfrentar a vida. Dioniso demonstrou muito cedo sua origem, divina: crescia livre, amante da caça e possuía o estranho poder de amansar as feras mais ferozes. Um dia, criou a videira e quis dar o vinho a todos os homens; para esse fim, empreendeu numa longa viagem, através de todas as terras, seguido por um cortejo de ninfas, sátiros, bacantes e silenos. Por onde passavam, os homens tornavam-se felizes. Na Frígia, concedeu ao rei Midas a faculdade de poder transformar em ouro tudo que tocasse. Na Trácia, o rei Licurgo tentou dispersas a comitiva: Dioniso indignado, cegou-o. Em Delos, concedeu às filhas do rei Ânio o poder de mudar a água em vinho. Casou-se com Ariadne, depois que esta foi abandonada por Teseu; as núpcias foram celebradas com suntuosidade e o casal subiu ao Olimpo sobre um carro puxado por panteras.
Divindades Siderais:
Helios - Filho de Hipérion e de Téia, titã por excelência, irmão de Selene e de Éos, personificação do Sol. Surgia todas as manhãs do Oceano para conduzir o carro do Sol, puxado por cavalos que expeliam fogo pelas narinas. Penetrava com seus raios em todos os juramentos. Mais tarde foi confundido com Apolo. O Colosso de Rodes foi uma estátua lhe consagrada.
Selene - Deusa da Lua, irmã de Helios e Éos, da família dos Titãs. Era uma linda deusa, de braços brancos, com longas asas, que percorria o céu sobre um carro para levar aos homens a sua plácida luz. Amou Endimião e foi, posteriormente, identificada com Ártemis.
Eos - Deusa que anunciava o dia. Era representada sobre o carro da luz, guiando os cavalos, com uma tocha na mão. Divindades dos Ventos:
Boreas - Filho de Astreu e de Éos, deus dos ventos do norte, morava na Trácia. Pertencia à raça dos Titãs e era irmão de Zéfiro, Euro e Noto. Raptou Orítia, com a qual casou e que lhe deu os filhos Cálais e Zetes.
Zefiro - Vento que sopra do Poente, anunciador da primavera e venerado como deus benéfico.
Euro - Vento que sopra do Oriente, dependente de Éolo.
Noto - O vento do Sul.
Eolo - Rei dos ventos, às vezes identificado com o filho de Poseidon e Arne. Morador das ilhas Eólias, acolheu amigavelmente Ulisses e seus companheiros e deu-lhes um odre em que estavam encerrados todos os ventos contrários à navegação Ítaca. Os companheiros de Ulisses, por curiosidade, abriram-no e os ventos desencadearam uma terrível tempestade que causou o naufrágio de quase toda a frota. Divindades das Aguas
Oceano - O mais velho dos Titãs, marido de Tétis, pai de todos os rios e das Oceânides. Era a personificação da água que envolve o mundo.
Nereu - Velho deus marinho, filho do Ponto e de Géia. tinha o dom da profecia e a faculdade de tomar várias formas. Era representado com os cabelos, sobrancelhas, queixo e peito cobertos por juncos marinhos e por folhas de plantas similares.
Proteu - Pastor das focas de Poseidon. Morava numa ilha próxima ao Egito e tinha o poder de metamorfosear-se em todas as formas que desejasse, não só de animais, mas também de plantas e de elementos, com a água e o fogo. Segundo Eurípedes, Proteu foi rei da ilha de Faros e, casando-se com Psâmate, teve os filhos Idoteu e Teoclímenes.
Ninfas - Filhas de Zeus, representavam as forças elementares da natureza. Moravam nos montes, nos bosques, nas fontes, nos rios, nas grutas, das quais eram potências benéficas. Viviam livres e independentes, plantavam árvores e eram de grande utilidade aos homems. Dividiam-se em Oceânides, Nereidas, Náiades, Oréades, Napéias, Alseidas, Dríades e Hamadríades.